07/07/2012

Galeano - 7 de julho - Fridamania

Em 1954, uma manifestação comunista marchou pelas ruas da Cidade do México.
Frida Kahlo ia ali, com cadeira de rodas.
Foi a última vez que a viram viva.
Morreu, sem ruído, pouco depois.
E alguns anos passaram até que a fridamania, enorme alvoroço, a despertasse.
Ressurreição ou negócio? Merecia isto uma artista alheia ao exitismo e ao lindismo, autora de impiedosos autoretratos que a mostravam com sobrancelhas grossas e bigodes, esperada por agulhas e alfinetes, esfaqueada por trinta e duas operações?
E se tudo isso fosse muito mais do que uma operação mercantil? Uma homenagem do tempo, que celebra a uma mulher capaz de converter sua dor em cor?

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