27/07/2010

[Arte/Leitura] Exposição em São Paulo relembra a escritora e jornalista brasileira Pagu.

"O apito da chaminé gigante, libertando uma humanidade inteira que se escoa para as ruas da miséria"
Parque Industrial - Pagu
(Pagu, década de 30)
Patrícia Galvão, mais conhecida como Pagu, foi uma militante comunista, escritora, poetisa, desenhista e jornalista que se tornou musa da 3ª geração do Modernismo.
O poeta Carlos Drummond de Andrade a descreve como "musa trágica da revolução". Pagu foi uma mulher precursora, com uma personalidade inovadora, avançada para a época e a primeira mulher a ser presa por motivações políticas no Brasil.
(Capa do Catálogo da Semana de Arte Moderna de 1922)
Pagu foi casada com o escritor modernista Oswald de Andrade e com ele tem um filho chamado Rudá. Foi presa pela primeira vez pela polícia política de Getúlio Vargas por participar na organização de uma greve de estivadores em Santos. Foi a primeira de uma série de 23 prisões ao longo do tempo. Foi solta em 1933 e, no mesmo ano, publica o romance "Parque Industrial", sobre o pseudônimo de Mara Lobo.
(Oswald de Andrade, Pagu e Nonê, anos 30)
Foi militante do Partido Comunista mas rompeu em 1940, passando a defender um socialismo de linha Trotskista.
Seu segundo casamento e segundo filho foi com o escritor e jornalista Geraldo Ferraz. Em parceria com ele lançou o romance "A Famosa Revista".
Pagu morreu em 1962, até hoje tem inúmeras representações em músicas, dissertações, minissérie, documentários e filmes.
(Pagu e a irmã em Santos, anos 20)
Em São Paulo, está em seus últimos dia uma exposição em homenagem a essa mulher inovadora. Viva Pagu é um projeto que possibilita e democratiza o acesso ao legado libertário de Pagu, agora que em 2010 a musa faria 100 anos. Além disso, a exposição retrata e ajuda a conhecer e entender melhor a sociedade da epóca.
A pesquisadora Lúcia Maria Teixeira Furlani, desde 1988, se dedica ao resgate da mamória de Patrícia Galvão. Ao longo de 22 anos sonha com o projeto e hoje com a colaboração do Centro de Estudos Pagu Unisanta, em Santos, reúne um série de materiais em memória de Pagu.
A exposição está na Casa das Rosas em São Paulo.
No site oficial Viva Pagu você encontra tudo sobre a exposição, as obras e textos, fotos, croquis e tudo sobre a vida de Patrícia Galvão. Se você mora em São Paulo não deixe de conferir.
(Pagu, anos 20)
Site Oficial - Viva Pagu
Mariah

25/07/2010

[Música] Elas tomaram conta do palco e provaram que mulheres também podem fazer rock'n'roll. Conheça The Runaways.

A presença feminina no rock ganhou impulso a partir do pontapé inicial dado por cantoras como Patti Smith e Dabbie Harry (vocalista do Blondie) na década de 70. No inicio dos anos 80 elas dominaram as paradas e muitos nomes marcaram uma mudança no rock, dominado até então pelos homens, provando que mulheres no rock são tão comercialmente visíveis quanto eles. Uma banda que provou isso foi The Runaways no final de 1975.
A ideia de criar uma banda só de garotas foi do empresário Kim Fowley. Assim ele apresentou a baterista Sandy West à guitarrista Joan Jett. Chamaram ainda a baixista Micki Steele, sem esquecer da compositora da banda Kari Krome. Começaram a fazer alguns shows na Califórnia e em 1976 a banda cresceu. Entraram a guitarrista solo de dezesseis anos Lita Ford e a cantora principal Cherie Currie. Além disso, a baixista Micki Steele deixou a banda, sendo substituída por Jackie Fox. Com essas mudanças a banda atingiu grande sucesso. Em 1976, saiu um dos maiores sucessos da banda, a música "Cherry Bomb".

Em 1977, lançaram seu segundo álbum chamado "Queen of Noise" e então, começou a turnê mundial. A banda fez muito sucesso no Japão aonde lotava, além de shows, também aeroportos. Ainda no Japão, Jackie Fox deixou a banda. Joan Jett assumiu os baixos temporariamente e ao voltarem, a nova baixista foi a garota de dezessete anos Vickie Blue. Então, a cantora Cherie Currie deixou a banda e Joan Jett, que fazia a segunda voz, assumiu o vocal principal. A banda gravou seu terceiro álbum de estúdio "Waiting For The Night" e começou uma turnê mundial com a banda punk The Ramones.


Em 1978, desacordos de ordem financeira fizeram as Runaways e Kim Fowley romperem com suas relações empresariais. O grupo contratou um novo empresário, que também trabalhava para o grupo Blondie e Suzi Quatro. Romperam suas relações também com a gravadora Mercury. Houve troca de acusações entre a banda e o ex-empresário. A baixista Vickie Blue deixou o grupo, sendo substituída por Laurie McAllister. Gravaram então seu último álbum "And Now... The Runaways".


A banda acabou oficialmente em 1979, por causa de problemas internos e externos. Haviam muitas críticas da imprensa estadunidense que não estavam preparados para ver garotas adolescentes com atitude, que escreviam e tocavam as próprias músicas e seus próprios instrumentos. Existiam também os problemas internos de constante troca de integrantes, e sub-gênero do rock a ser seguido. Joan Jett, guitarrista base, preferia o punk, enquanto Lita Ford tinha preferência pelo Heavy Metal. A banda acabou, mas deixou a mensagem principal de que mulheres podem fazer Rock.



Após o término do grupo, cada integrante seguiu em carreira solo, formaram uma nova banda ou mudaram de profissão. Joan Jett criou o grupo Joan Jett and The Blackhearts, responsável por sucessos que hoje são clássicos do rock como "I Love Rock'n'Roll" e "Everyday People".
O Filme:
O filme contará a trajetória da banda desde sua formação no início dos anos 70 até o fim da banda.
Escrito e dirigido por Floria Sigismondi, o filme foi lançado dia 19 de março de 2010, nos Estados Unidos. No Brasil, dia 27 de agosto de 2010. O filme contara com elenco de atrizes como Kristen Stwart e Dakota Fanning.
Calma queridos leitores, nós do C&O vamos trazer mais informações sobre o filme que será lançado em agosto, numa resenha perto da data de lançamento.
Confira agora dois clipes da banda:
Cherry Bomb, com a vocalista Cherie Currie e abaixo minha música preferida, Mama Weer All Crazee Now, já com a Joan Jett no vocal:

Por: Thainá

23/07/2010

[Música] Amar la Trama - Jorge Drexler no Brasil.

Jorge Drexler é um cantor e compositor uruguaio que ficou muito conhecido após ganhar o oscar de melhor canção original para a música "Al otro lado del río", do filme "Diários de Motocicleta" do diretor brasileiro Walter Salles, primeira música espanhol a vencer o oscar de melhor canção.
Desde que ganhou o oscar, seu trabalho vem sendo muito bem reconhecido pelo público, lotando shows por onde passa, principalmente em solo brasileiro. O pais serviu de inspiração para seu mais novo trabalho "Amar La Trama". Drexler vinha recentemente experimentando uma sonoridade mais eletrônica, volta ao estilo mais instrumental, em que se percebem grandes influências do jazz e da bossa nova.
Sua amizade com o músico gaúcho Vitor Ramil fez com que ele tivesse uma conexão maior com nosso país. Drexler tem também uma parceria interessantíssima com o músico Paulinho Moska. Alias, o uruguaio faz questão de deixar bem clara sua admiração pela música brasileira, sobretudo pela de João Gilberto, Chico Buarque e Caetano Veloso.
Jorge Drexler se apresenta em Porto Alegre nesse final de semana, com shows no sábado (24) e no domingo (25). No dia 27, ele faz show em Florianópolis.

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Show Jorge Drexler
Quando: Nessa sexta-feira, dia 23, às 22h
Onde: Via Funchal (Rua Funchal, 65, Vila Olímpia)
Quanto: De R$70 a R$200
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Por: Thainá

19/07/2010

[Entrevista] Modelo da L'Equipe Agence - Taniza Noifeld Pedroso.

Olá pessoas, hoje o C&O está aqui para trazer uma entrevista especial que fizemos com a modelo da agência L'Equipe Agence - SP, Taniza Noifeld Pedroso, que vai nos contar um pouco mais sobre esse mundo que muitas meninas sonham mas poucas conseguem alcançar.
Foto por Diogo P.
Taniza - Olá galera do Blog Chique e Ordinário, me chamo Taniza Noifeld Pedroso, atualmente estou com 16 anos de idade e comecei a modelar a partir do dia que fui encontrada na escola onde estudo, enfim foi tudo muito rápido e hoje faz 3 anos que eu trabalho com isso. É uma carreira de fato complicada, que exige principalmente persistência.
Foto por Mariana Teixeira - ClicSoledade
C&O - Modelando para grifes importantes como Triton e Forum no evento de moda mais importante do país, o SPFW, qual deles você gostou mais de fazer?
Taniza - Então não há como eu definir qual deles eu gostei mais porque trabalhei para duas grifes na mesma temporada de SPFW, como foi a primeira vez, eu curti muito as duas, até mesmo porque na época eu mesma me impressionei de ter oportunidade de modelar para elas, mas curto as duas, não tem como escolher apenas uma, porque o produtor que tem ligação direta com a modelo durante o evento é o mesmo, tanto da Triton, como na Forum e Coolci, enfim, tanto uma quanto a outra são ótimas e é muito bom trabalhar com eles.
Forum - SPFW (Foto: Agência Fotosite)
Triton - SPFW (Foto: Agência Fotosite)
C&O - Já aconteceu de você ter feito algum trabalho que não gostou? Qual seria sua reação perante uma situação parecida?
Taniza - Nessa profissão acontece muito disso, porque você submetia a fazer várias coisas, de várias formas, da maneira que o cliente quer, ou seja, vamos encarar a realidade que muitos não conhecem, muitas vezes nessa profissão você é encarada como um objeto, não como uma pessoa, há clientes totalmente ótimos que te tratam totalmente bem, mas outros que agem de forma contrária, portanto não há como ter alguma reação, não se pode ter, você tem que agir como um profissional, como em qualquer outra profissão.
C&O - É ligada em tendências? Quais são seus estilistas ou grifes preferidas? Qual sonha em trabalhar?
Taniza - Bom, eu procuro sempre, na medida do possível, estar na moda. Muitas vezes criar minha própria moda (risos), afinal ter atitude e personalidade acima de tudo é o que mais conta e favorece nessa profissão. Eu curto bastante a Cavalera, Calvin Klein, Forum, Dolce & Gabbana, entre outras... Meu sonho é trabalhar com a Calvin Klein e, é claro, na Dolce & Gabbana. (risos)
Anuário Revista Caras Noivas 2010

Especial Caras Fashion - Primavera/Verão 2010/2011 Ipanema
Revista You Mag.
C&O - Mesmo que ainda esteja no início da carreira de modelo, cite quais as coisas mais legais e as mais difíceis da profissão, no teu ponto de vista:
Taniza - Essa carreira inclui junto diversas coisas legais, diversas indecisões. No momento em que tu está lá fotografando ou entrando na passarela é a melhor sensação, tu se sente bem, se sente nervosa, porém feliz. Tu vê que esta tendo resultado, que está progredindo profissionalmente. Porém, vem as dificuldades, os gastos, a convivência com outras meninas. Detalhe, com muitas meninas, a disputa, a inveja e a saudade, isso é o pior, além de outras diversas difilculdades que as modelos passam. Pra falar a verdade, eu antes de modelar, achava que era totalmente diferente, que era tudo fácil e quando me deparei com o fato de que com 14 anos ter que ir pra SP me virar totalmente sozinha, quase voltei correndo. Ser modelo é sonho de muitas? É, mas você não vive um sonho. Sem falar que é dificil, principalmente no inicio, muito dificil, persistência é tudo, se você não tiver, você desiste, na hora.
C&O - Ditadura da magreza o que você acha disso?
Taniza - Bom eu acho que modelos devem ser magras sim, mas dentro de um padrão normal, muitas vezes são totalmente anormais e com IMC baixo. Até porque as grifes focam em produzir e lançar peças totalmente pequenas e se esquecem que existem pessoas com IMC alto também! (risos). Modelo tem que ser magra? Sim, mas não doente. Já vi casos de meninas não trabalharem por estarem acima do peso ou das medidas exigidas e outras por trabalharem bem (até certo ponto) por serem magérrimas e um tempo depois pararem num hospital com anorexia ... Quem é magra trabalha mais? Sim, mas corre mais riscos, também, de obterem os cruéis transtornos alimentares, como a anorexia, bulimia, entre outros.

Fotos por Joseffina Bietti
C&O - A distância é sempre um problema, entre outras dificuldades como você já citou acima. Qual foi a reação da sua família quando decidiu virar modelo? O que te influenciou?
Taniza - Na verdade, meus pais sempre me incentivaram muito e foi isso que me influenciou, eu já tive altos e baixos, quase larguei disso muitas vezes, bem pelo fato de ter que encarar distância, isso mexe muito com o psicólogico da pessoa e faz com que tu não foque mais direito no teu trabalho, porque a falta das pessoas que tu convive, principalmente da tua família, te tortura, é muito difícil, principalmente pra mim que sou muito apegada a minha familia, amigos. Até mesmo sente falta da tua própia casa, da cidade em que tu nasceu, enfim, no começo é dificil, eu com o tempo, que é até estranho, porque eu já tinha que ter me acostumado (risos) estou tentando ainda lidar com isso.
C&O - Como você vê a "invasão" das modelos na dramaturgia e principalmente nas novelas, filmes, etc? Muitas são absolutamente despreparadas como atrizes mas acabam aceitas pelo mercado por serem belas...
Taniza - Quando você trabalha como modelo, a uma divisão de modelo fotográfica (o), modelo fashion (somente para passarela) e há uma aréa na própria agência que atende modelos que pretendem se tornar futuros atores e atrizes. Tem todo um processo de preparação para isso, mas realmente, mesmo com esse processo alguns continuam sendo despreparados para atuar, dessa maneira até entendesse, pois a pessoa tentou possuir uma melhor preparação. Por outro lado eu não acho muito certo, quando acontece em certos casos de modelos serem convidadas para atuar por obterem mais sucesso e uma imensa beleza, afinal elas podem possuir um potencial bom para modelar e talvez não tão bom para atuar.
Fotos por Didio
C&O - A carreira de modelo é relativamente curta. Mesmo que ainda seja cedo para que tu termines, ainda tem muito pela frente, depois que acabar, sonhas em continuar trabalhando com moda ou tem outros planos?
Taniza - Sinceramente, eu ainda não decidi isso, até porque é um pouco cedo para pensar nisso, apesar da carreira de modelo ser de fato, muito curta. Mas eu acho muito legal os outros trabalhos que se relacionam com a moda de alguma forma, acho que tratando-se de outro eu escolheria sim, alguma coisa relacionado a moda.
Foto por Jr. Becker
O Chique e Ordinário agradece a atenção e o tempo que Taniza disponibilizou para falar com a gente. A gente deixa alguns links da modelo abaixo:

Por: Thainá

16/07/2010

[Leitura] Morangos Mofados de Caio F. Abreu.

Morangos Mofados, Caio Fernando Abreu

(Contos. Editora Brasiliense; São Paulo; 6º edição; 145 páginas, 1985).

Como cenas rápidas de um trailer narrando histórias em busca de um sentido para o mundo. Ao fundo, músicas (rock, blues, tango, MPB) ajudam na composição do cenário, embalado em ritmo quase cinematográfico. Imagens explodem em palavras lapidadas, manifestadas em dores, angústias, fracassos, encontros e desencontros, esperanças. Enfim, milhões de sentimentos misturados, costurados em pequenas teias a formar um enorme mosaico de emoções que marcou uma época. E ainda continua a identificar gerações e gerações que se sucedem após o lançamento apoteótico da obra.

Dividida em três partes, Morangos Mofados é, sem dúvida, a composição mais conhecida de Caio Fernando Abreu.

A primeira parte, intitulada “O Mofo”, narra a queda de valores, dos amores, a solidão, a fragilidade humana, a embriagues, o consumo de drogas, o desespero, o desamor, a dor na forma mais fria e crua. Escrita de forma precisa, quase cirúrgica, Caio vai nos apresentando uma série de personagens anônimos, que ao final se personifica em uma única pessoa, o autor? Ou, quem sabe, até mesmo qualquer um de nós.

O gosto amargo da derrota, cheirando a mofo, a vômito, a vodca barata, a cigarros. Uma melodia sentimentalmente melancólica ao fundo. Escuridão e desencontros. O gosto da solidão esculpida em delírios da alma. Encravada em labirintos tortuosos e escuros de forma magistral. A sensação é idêntica à saída de uma montanha-russa.

“Os Morangos”. Aqui, uma paz tranqüilizadora invade de forma mágica a alma das personagens. Como se a existência de um final feliz fosse possível e breve ou como se a vida fosse menos pesada. O doce levemente ácido do morango fundindo na língua, mostrando um belo dia de sol após uma tempestade. Mas, o doce dá espaço para a acidez, transformando pedaços de magias em mágoas e solidão. Enquanto o dente fere o vermelho brilhoso do morango, na boca permanece o gosto azedo do preconceito, do medo, dos sonhos perdidos, das utopias transformadas em contas bancárias. O enjôo natural dos abusos. Dos delírios causados pelo excesso de cocaína.

Histórias envolvendo vagabundos (giramundos), hippies sem destinos, loucos, comunistas, yupes desenfreados, compulsivos, sargentos, preconceitos, estupidez, falta de amor. Dos sonhos de uma geração apodrecendo na latrina comum. Das vidas apodrecendo em latrinas fétidas comuns. A paz tão perto e tão distante que os rápidos movimentos de nossos olhos não conseguem captar. Tampouco poderiam.

“Morangos Mofados”. A terceira parte. Com os olhos fechados, ouço “Let me take you down, ’cause I’m going to Strawberry Fields. Nothing is real and nothing to get hungabout. Strawberry Fields forever.” Como se eu estivesse em um universo paralelo, um refúgio, um abrigo, uma morada longe, mas dentro do caos urbano. Uma espécie de esconderijo para se abrigar da chuva tóxica ou dos desatinos do coração. Enquanto imagens explodem diante de nossos olhos cansados, ao fundo, o som dos Beatles vai levemente aumentando, aumentando…

Caio nos deixa com a boca aberta, o livro nas mãos e o pensamento longe, imaginando: e se a vida fosse diferente?

Para ler e reler sempre que a saudade – ou a dor – falar mais alto. Os morangos mofados, como estrangeiro em sua terra natal, ou girassóis no inverno enfeitando os pastos da Rússia, ou uma Guerra Santa… O cheiro e o gosto do mofo ultrapassam toda a simbologia poética do morango.

Crédito: Resenha Vestibular UEL

Cah

13/07/2010

[Arte] Vida e Obra de Frida Kahlo.

"Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor"
Frida Kahlo
Nascida em 06 de Julho de 1907, Frida é uma artista mexicana responsável por retratar imagens que representavam sua turbulenta vida, criando obras de aspecto forte e vivendo de forma intensa como revolucionária artística, política e sexual.
A vida de Frida Kahlo é marcada por tragédias. Contraiu poliomelite ao seis anos e quando se recuperou sofreu um acidente enquanto andava de ônibus, resultando em muitas fraturas e a deixando presa a uma cama durante longo tempo. Kahlo passou o resto da vida em constante dor, apesar de inúmeras cirurgias.
Foi durante esse tempo parada que começou a pintar, com a ajuda de um espelho. Frida pintava auto-retratos e naturezas-mortas, repleto de cores vivas e formas achatadas da arte popular mexicana, uma paixão da pintora.
Viveu uma vida complexa e tumultuada com o muralista Diego Rivera, cuja a arte e posicionamento político se adequavam ao dela. Um casamento que sobreviveu a pressões na carreira de Rivera e a infidelidades por parte dele e também dela, que se relacionava com pessoas de ambos os sexos. A impossibilidade de ter filhos da artista foi fortemente retratada em seus quadros.
Frida e Diego Rivera
Frida Kahlo fez sua primeira exposição individual no ano de 1938 em Nova York. Suas obras fizeram sucesso nos anos de 1940 e em 1980 teve inúmeros livros publicados sobre sua arte.
Em 1954, no dia 13 de Julho, Frida morre de embolia pulmonar, decorrente de uma pneumonia. Em seu diário Frida Kahlo deixa claro que, talvez, já não aguentasse mais - "Espero alegremente a saída, e espero nunca mais voltar".
Se você quer conhecer mais sobre a vida da artista, aconselho o filme "Frida" dirigido pela magnífica Julie Taymor, que tem um grande elenco e roteiro baseado no livro de Hayden Herrera.
Abaixo você pode admirar as obras de Frida Kahlo:
"Autorretrato con traje de terciopelo" - 1926
"Frida Kahlo y Diego Rivera" - 1931
"Autorretrato en la frontera entre Mexico y Estados Unidos" - 1932
"Mi Nacimiento" - 1932
"Allá cuelga mi vestido" - 1933
"Lo que vi en el agua" - 1938
"Las dos Fridas" - 1939
"La columna rota" - 1944

Site com informações sobre a artista - fridakahlo.com